quinta-feira, 26 de junho de 2014

Proibida apanha de bivalves em diversas zonas da costa portuguesa

Proibida apanha de bivalves em diversas zonas da costa portuguesa

Publicado às 08.46

A apanha de bivalves está proibida em diversas zonas da costa de Portugal continental devido à presença de toxinas causadoras de intoxicação diarreica e amnésica.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), na sua página na Internet, foi imposta temporariamente a interdição da apanha e capturapara todos os bivalves no Estuário do Lima, litoral de Matosinhos, litoral deAveiro Ria de Aveiro, no estuário do Mondego e no litoral entre Peniche e Lisboa.
Além destes locais, a proibição do IPMA estende-se à Lagoa de Albufeirapara o berbigão, enquanto no litoral entre Setúbal e Sines está interditada a apanha de mexilhão e da conquilha, no estuário do Mira e no litoral de Lagos o mexilhão. Na Ria Formosa está igualmente interdita a apanha deberbigão e dolongueirão.
A interdição é justificada devido" à presença de fitoplâncton produtor de toxinas marinhas ou de níveis de toxinas ou de contaminação microbiológica acima dos valores regulamentares".
Na maioria das amostras foram detetadas toxinas que provocam intoxicação diarreica (DSP) e intoxicação amnésica (ASP).

JN: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3992796




Instituto Portugues do Mar e Atmosfera - Homepage
CIENTISTAS DA UNIVERSIDADE DE ESTOCOLMO E DO INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA (IPMA) DETECTAM PELA PRIMEIRA VEZ A NEUROTOXINA BMAA EM BIVALVES DA RIA DE AVEIRO E RIA FORMOSA
Neurotoxina BMAA 2014-06-09 (IPMA)
A neurotoxina BMAA (β-N- metilamino-L-alanina) associada a doenças neurodegenerativas como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ALS) é tradicionalmente detectada em ambientes de água doce onde proliferam cianobacterias produtoras de BMAA. O IPMA em colaboração com o Departamento de Botânica da Universidade de Estocolmo, revela num artigo recente publicado na revista científica Aquatic Toxicology a presença, em níveis significativos, de BMAA em bivalves da Ria de Aveiro e Ria Formosa. Tanto a Ria de Aveiro como a Ria Formosa são importantes zonas de produção de bivalves marinhos (mexilhão, berbigão, amêijoas e ostras), quer para o mercado interno quer para o mercado externo, sendo o IPMA a entidade nacional responsável pela monitorização de biotoxinas marinhas, nomeadamente toxinas lipofílicas, amnésicas e paralisantes. Não estando a neurotoxina BMAA regulamentada nas directivas nacionais ou europeias, torna-se premente continuar os trabalhos de investigação de modo a avaliar o risco de consumo de bivalves contaminados com BMAA, a variabilidade sazonal de BMAA, as espécies produtoras desta neurotoxina e perceber a dinâmica de acumulação/eliminação de BMAA nos moluscos bivalves. Referência: Lage S, Costa PR, Moita T, Eriksson J, Rasmussen U, Rydberg SJ (2014) BMAA in shellfish from two Portuguese transitional water bodies suggests the marine dinoflagellate Gymnodinium catenatum as a potential BMAA source. Aquatic Toxicology 152: 131-138.